Antinutrientes 2. Lectinas e mamonas assassinas.
Uma pitada de ricinalectina inalada ou ingerida pode matar!
Este veneno poderoso foi a primeira lectina descoberta na casca da semente da mamona.
Nos anos 80 do século passado o som dos Mamonas atraía multidões, ligava-se ao público de todas as idades. E palavra lectina tem origem latina em Legere que significa ligar (parecido com glúten, que significa cola).
Lectinas são proteínas que se ligam a carboidratos formando glicoproteínas e, dependendo com quem se ligarem maior seu efeito e risco.
É como se fossem soldados das plantas, para defendê-las de inimigos, como fungos, insetos e…humanos!
São inseticidas naturais presentes em muitas plantas, e sua quantidade e tipo varia de acordo com a espécie vegetal. Não confunda com lecitina, é outra substância, um fosfolipídio.
Alimentos vegetais integrais costumam ser saudáveis, exceto pelas lectinas.
No livro “O Paradoxo da Planta, os perigos ocultos dos alimentos “saudáveis” que provocam doença e ganho de peso”, do Dr. Steven Gundry, recentemente lançado, são descritos os antinutrientes de plantas na alimentação humana.
Calcula que os antinutrientes se apresentam em um terço dos vegetais frescos, mas também em leites e derivados de animais alimentados com cereais (farelo de aveia ou trigo, por exemplo) ou leguminosas (farelo de soja) especialmente aqueles em confinamento ou semiconfinados. A manteiga produzida com leite de animal alimentado a pasto é uma exceção. O leite derivado de animais alimentados a pasto também possui uma quantidade menor de lectina que o leite derivado de animais alimentados com cereais e leguminosas.
Gundry considera que a lectina é o maior vilão, pior até que o glúten.
David Asprey sugere que a lectina é mais prejudicial que o glúten por atacar a glicosamina, um polissacarídio (um carboidrato) que reveste as cartilagens, danificando-as. Artrose? Osteoporose? Pode ser efeito das lectinas!
Lectinas são inflamatórias e prejudicam o sistema imune e nervoso, e quaisquer células (quimioterapia natural). Algumas alteram a expressão genética (provocando câncer, por exemplo), prejudicam o sistema endócrino (hormônios) e favorecem trombos (derrames, trombose venosa, infartos). Um exemplo é a WGA que falaremos a seguir.
Os alimentos com maior teor de lectinas são as gramíneas (cereais, como trigo, centeio e cevada), as leguminosas (feijões, lentilhas, soja e amendoins) e as solanáceas (berinjela, batatas, tomates e pimentões). Muitas outras plantas as contém, como a cenoura, milho, alho, beterraba, chá, salsinha, orégano, além de frutas como cerejas e abacate.
Então, não sugerimos parar de comer estes vegetais, mas devemos estar atentos. Das citadas acima a soja tem mais lectina e não a recomendamos para consumo humano. Devemos ser precavidos com os feijões e lentilhas.
Dentre os cereais a aglutinina do germe do trigo (WGA), é uma lectina encontrada em outras gramíneas (aveia, sorgo, espelta) e se liga a receptores na superfície intestinal prejudicando a absorção e digestão, além de alterar o equilíbrio da flora bacteriana. Outros tipos de aglutininas (lectinas) estão presentes em outros vegetais.
Já falamos de seu efeito inflamatório, que ocorre por sua ação glicante, na qual a glicose se liga a uma proteína e a prejudica, afetando suas propriedades. Isto ocorre nos diabéticos e explica as complicações. Seus efeitos inflamatórios se revelam com aumento na PCR (proteína C reativa).
Causam também estimulação imunológica, que junto com a inflamação e glicação, tem efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso e sobre as células, podendo provocar a morte das mais diversas células (apoptose).
Além disto as lectinas promovem a resistência à leptina, um regulador natural do apetite, o que causa apetite incontrolável, contribuindo para a obesidade.
Leia aqui como você pode se defender das lectinas.
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2 Comentários
Muito bom o post, lançando luz sobre um assunto muito pouco falado… tenho artrite e noto uma melhora incrível quando deixo de comer vegetais / frutas… o problema é que aí meu colesterol sobe demais, kkkk
Olá Rafael.
O colesterol sozinho não é ruim não. Leia sobre as gorduras.