Asma e obesidade: Aja na causa!
O estudo realizado entre 2011 e 2014 mostra uma prevalência de asma entre adultos de 8,8%, sendo que deste percentual, 7,8% eram obesos. Em mulheres a prevalência é ainda mais relevante, sendo que 14,6% das asmáticas eram obesas contra 7,9% de mulheres não obesas.
O trabalho em questão não entra no mérito da fisiopatologia da doença, sabemos, entretanto, que asma como doença inflamatória está intimamente ligada à resistência insulínica e sua cascata inflamatória e a obesidade invariavelmente acompanha-se desta.
Na prática clínica podemos observar que alguns pacientes apresentam uma dificuldade maior no controle da doença à despeito de cuidadoso tratamento medicamentoso, por vezes com mais de uma medicação.Além disso, pacientes obesos, não raro, apresentam comorbidades como HAS (hipertensão arterial sistêmica ), DM (diabetes mellitus), distúrbios gastrointestinais como RGE (refluxo gastroesofágico) e SII ( síndrome do intestino irritável e/ou permeável) que, por si só, já dificultam o tratamento da patologia respiratória e a agravam.
Quando converso com meus pacientes asmáticos sobre alimentação, sono e outros aspectos de modo de vida, alguns deles se surpreendem, mas à medida que entendem a relevância de identificar todos os fatores que possam contribuir para o desequilíbrio do organismo e não apenas tratar suas consequências imediatas, eles ganham a possibilidade de participar do seu processo de tratamento aumentando a probabilidade de êxito.
A mudança no hábito alimentar, com a reversão de resistência insulínica e, consequentemente, da obesidade é uma forma de controlar ou até suprimir sintomas, podendo, em alguns casos reduzir ou retirar medicações de uso contínuo.
Os corticosteroides são medicamentos utilizados tanto para o tratamento de crises como para controle de sintomas, e são necessários uma vez que a asma é uma doença que ameaça a vida, porém, estes mesmos medicamentos causam uma série de efeitos colaterais indesejáveis e devem ser utilizados de forma racional e por um tempo determinado, dependendo do caso. Um destes efeitos é retenção hídrica ( causando edemas ), aumento do apetite e ganho de peso.
A estratégia alimentar é fundamental para o equilíbrio deste sistema e comprovadamente efetiva. Para isso, orientamos uma dieta baixa em carboidratos e equilibrada em gordura e proteína. Deverá ser mais ou menos radical, dependendo do grau de doença e de resposta ao manejo. Entenda que temos outras formas poderosas de interferir na evolução de uma doença além de uso de medicamentos. Agir na causa é a resposta.
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